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Papoila - Histórias sobre..

A Papoila (Papaver rhoeas) é uma das plantas mais antigas. A mais bonita da família das papoilas é a papoila do Oriente, mas a mais comum é a papoila omnificente.


São várias as lendas relacionadas com a Papoila…


Quando os primeiros homens e mulheres apareceram na Terra, a Natureza teve de encarregar-se deles… e deu-lhes a Noite para lhes proporcionar momentos de descanso... sem nada que fazer... o problema foi que as pessoas não adormeciam e a Noite sentindo-se incapaz de cumprir a tarefa que lhe fora destinada começou a chorar lágrimas de orvalho que comoveram a Natureza… Enviou-lhe um ajudante, o Sono, para lhe tornar a tarefa mais fácil… A Noite e o Sono apaixonaram-se e casaram…mas, nem mesmo com os cuidados de ambos as pessoas conseguiam dormir… então a Noite concebeu e deu ao Sono filhos… os Sonhos para que os ajudassem na tarefa de cuidar do descanso das pessoas… porém, nem os Sonhos conseguiram fazer com que um homem preocupado dormisse, o que provocou a fúria do Sono… Enraivecido, atirou ao chão a sua varinha de condão e voou… com cuidado, os Sonhos embrulharam-na na Noite, e a varinha de condão criou raízes... e caules verdes que se abriram em singelas flores vermelhas… as Papoilas...


Na Grécia era dedicada a Hipnos, o deus do sono, e a Morfeu, o deus dos sonhos...


Os Romanos dedicavam-na a Ceres… A deusa vagueava pela Terra sem conseguir encontrar nada que a interessasse. Os outros deuses cansados da sua incessante busca decidiram cultivar papoilas. Um dia Ceres reparou nelas, colheu-as e adormeceu num sono profundo… Ao acordar reparou que havia ainda muitas para colher… Desde então que o florescimento das papoilas está relacionado com a época das colheitas.


Na Ucrânia consideram a flor símbolo do Amor e da Beleza.


Na Alemanha simboliza a Fertilidade. Na Sibéria espalham papoilas nas pernas dos recém-casados, para que tenham uma família feliz e numerosa.


Na Grã-Bretanha comemora-se a 11 de Novembro The Remenbrance Day ou The Poppy Day em memória dos combatentes que lutaram ou ainda lutam pelo seu país, e nesta altura a maioria dos seus habitantes usa uma papoila na lapela. A 11 de Novembro de 1918 foi assinado o armistício que pôs fim à Primeira Grande Guerra. E porquê a papoila? Esta flor propagou-se muito nos campos de batalha da Europa depois da guerra... As suas sementes germinam melhor nos solos recém cultivados, o que leva a serem tão frequente nos campos de trigo… mas o uso de herbicidas fez com que se tornasse numa flor da borda dos caminhos...


As perturbações dos solos revolvidos pelos combates e bombardeamentos e os incêndios provocados causaram condições ideais para o seu crescimento… nasceram num número muito vasto e pintaram manchas de beleza delicada em áreas que tinham assistido a batalhas e cenas trágicas e terríveis.


:






Uma papoila,


dizia ao trigo.


Como sou linda,


ó meu amigo.


***


Encarnadinha,


Bela e viçosa.


Sou mais bonita,


Do que uma rosa.


***


E tu não tens pena,


ao veres-me assim?


Teres nascido,


ao pé de mim?



E nisto passa, o lavrador…


Vai-se à papoila, e corta a flor.


***


Filhos é bom,


Ter formosura.


Nascer vaidoso,


Não traz ventura.



Afonso Lopes Vieira



Fotos do Mundo Roselha Grande ( www.roselhagrande.com )




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